Recomendações aos Médicos que Exercem a Psicanálise
Recomendações aos Médicos que Exercem a Psicanálise
“As regras técnicas que estou apresentando aqui, alcancei-as por minha própria experiência, no decurso de muitos anos, após resultados pouco afortunados me haverem levado a abandonar outros métodos.”
Os psicanalistas jovens e ávidos indubitavelmente ficarão tentados a colocar sua própria individualidade livremente no debate, e poderia se esperar que seria útil para o paciente conceder-lhe um vislumbre dos defeitos e conflitos mentais do seu médico, porém, a experiência não fala a favor de uma técnica afetiva desse tipo, pois, apesar de poder fazer o paciente apresentar mais cedo coisas que já conhece (mas que esconderia por mais tempo por meio das resistências convencionais), não se consegue nada no sentido de revelar o que é inconsciente ao paciente.
O médico deve ser opaco aos seus pacientes e, como um espelho, não lhes mostrar nada, exceto o que lhe é mostrado.
Outra tentação dentro do tratamento psicanalítico é, quando as inibições iniciais são solucionadas, o médico se acreditar na posição de indicar novos objetivos para as ambições iniciais. Resumindo, o médico tende a transformar em especialmente excelente uma pessoa que ele lutou para livrar da neurose, mas deve se controlar pois nem todo neurótico possui grande talento para a sublimação.
Por isso, o médico precisa ser tolerante com a fraqueza do paciente e contentar-se em ter reconquistado certo grau de capacidade de trabalho e divertimento para uma pessoa, mesmo que de valor apenas moderado. Portanto, os esforços de usar o tratamento analítico para ocasionar a sublimação do instinto estão longe de ser aconselháveis em todos os casos.
É errado determinar tarefas aos pacientes, tais como coligir suas lembranças ou pensar sobre um período específico de sua vida e deve-se ser especialmente inflexível com pacientes que praticam a arte de desviar-se para o debate intelectual durante o tratamento.
Por essa razão, exijo que meus pacientes aprendam por experiência pessoal e asseguro-lhes que irão adquirir conhecimento mais amplo e valioso do que toda a literatura da psicanálise poderia transmitir-lhes.
Devo fazer também a séria advertência sobre a tentativa de conquistar a confiança ou apoio de pais e parentes dando-lhes livros psicanalíticos para ler. Essa medida, apesar de bem intencionada, faz surgir prematuramente a oposição dos pais ao tratamento de maneira mais cedo do que a de qualquer forma aparecia. Corre-se o risco de que essa oposição surja de maneira que o tratamento nunca sequer seja iniciado.
Imagem relacionada à psicanálise

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