A BALAIADA (1838-1841) - MARANHÃO
A Balaiada foi uma importante revolta popular que explodiu na província do Maranhão, entre os anos de 1838 a 1841.
Nessa época, a economia agrária do Maranhão atravessava grande crise. Sua principal riqueza, o algodão, vinha perdendo preço e compradores no exterior, devido à forte concorrência internacional do algodão produzido nos Estados Unidos (mais barato e de melhor qualidade que o produto brasileiro).
Quem mais sofria as consequências dos problemas econômicos do Maranhão era a população pobre. Ou seja, multidão formada por vaqueiros, sertanejos e escravos. Cansada de tantos sofrimentos, essa multidão queria lutar, de algum modo, contra as injustiças. Lutar contra a miséria, a fome, a escravidão e os maus-tratos. Havia também muita insatisfação política entre a classe média maranhense da cidade, que formava o grupo dos bem-te-vis. Foram os bem-te-vis que iniciaram a revolta contra os grandes fazendeiros conservadores do Maranhão e contaram com a participação explosiva dos sertanejos pobres.
PRINCIPAIS LÍDERES DA BALAIADA:
Manuel Francisco dos Anjos Ferreira - Fazedor de balaios, donde surgiu o nome Balaiada.
Cosme Bento das Chagas - Chefe de um quilombo que reunia aproximadamente três mil negros fugitivos.
Raimundo Gomes - Vaqueiro que se tornou um dos principais líderes do movimento.
A Balaiada contou com a ativa participação dos negros fugitivos. A revolta não tinha uma organização consistente, nem um projeto político definido. Não foi um movimento único e harmônico. Foi um conjunto de lutas dos sertanejos marcadas pelo desejo de vingança social contra os poderosos da região.
Os rebeldes balaios conseguiram conquistar a cidade de Caxias, uma das mais importantes do Maranhão. Mas não havia clareza de objetivos entre os líderes populares ao assumir o governo. O poder foi então entregue aos bem-te-vis, que já estavam preocupados em conter a rebelião dos sertanejos.
Para combater a revolta dos balaios, o governo enviou tropas comandadas pelo coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias). Nessa altura dos acontecimentos, a classe média do Maranhão (os bem-te-vis) já havia abandonado os sertanejos e apoiava as tropas governamentais.
O combate aos balaios foi duro e violento. A perseguição só terminou em 1841 quando tinham morrido cerca de 12 mil sertanejos e escravos.
Apesar de sua derrota, a Balaiada permanece como um importante marco da resistência popular no período regencial, demonstrando o descontentamento das camadas mais pobres da sociedade maranhense com as estruturas econômicas e sociais opressoras do século XIX.
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