Transtornos Psiquiátricos na Gravidez e Puerpério
🤰 Transtornos Psiquiátricos durante a Gravidez
Transtornos Psiquiátricos na Gravidez
O estudo da prevalência de transtornos psiquiátricos durante a gravidez, particularmente as alterações de humor, é comprometido pelo fato de que algumas características do período gestacional se sobrepõem e se confundem com sintomas depressivos da doença psiquiátrica. Esse é o caso da fadiga, do cansaço, das alterações do sono e do apetite, de peso e da libido, que são comuns durante a gravidez.
Ademais, certas alterações metabólicas, como diabetes gestacional, anemia e disfunção tireoidiana, podem ser responsáveis por sintomas psiquiátricos.
Transtornos de Ansiedade
O aparecimento de quadros de ansiedade patológica durante a gestação, como o transtorno de pânico, associa-se a diversas complicações como aborto espontâneo, descolamento de placenta, partos prematuros espontâneos, baixo peso ao nascimento, entre outros. Além disso, a frequente coexistência de ansiedade e depressão potencializa os efeitos deletérios de ambos no ciclo grávido-puerperal.
É importante destacar a ocorrência de reações de luto, normais ou “patológicas” (quando os sintomas são graves e prolongados), nos casos de óbito fetal, natimorto ou de malformações congênitas.
Gravidez na Adolescência
A gravidez que ocorre na adolescência é outra situação que requer mais atenção em saúde mental. Um estudo de caso-controle realizado avaliou uma amostra de 110 adolescentes grávidas e 110 que nunca haviam engravidado. As frequências de casos de depressão, ansiedade e história de tentativas de suicídio ao longo da vida foram, respectivamente: 26,3% vs. 13,6%; 43,6% vs. 28%; e 20% vs. 6,3%.
Outros Transtornos Psiquiátricos
A gravidez pode exacerbar quadros psicóticos preexistentes e, consequentemente, desencadear maior frequência de complicações obstétricas. Substâncias como tabaco, álcool, maconha, solventes e cocaína têm alto potencial de transferência placentária e, consequentemente, efeitos lesivos ao feto. A mais grave e bem documentada consequência do uso abusivo de álcool durante a gravidez é a síndrome alcoólica fetal, com mortalidade perinatal de 17%.
Consequências do Uso de Substâncias Durante a Gravidez
- Aborto espontâneo
- Partos prematuros
- Síndrome alcoólica fetal
- Descolamento de placenta
Tratamento de Transtornos Psiquiátricos na Gravidez
Em relação a um transtorno mental que se inicia durante a gravidez, surgem questões importantes, como: iniciar ou não o uso de um psicofármaco? A mulher que já vinha tomando psicofármacos antes de descobrir a gravidez deve manter o uso ou interromper o tratamento?
A mulher que sofre de um transtorno mental grave e se encontra estável com o uso de um psicofármaco e deseja engravidar, deve considerar a interrupção ou não da medicação? Há importantes benefícios advindos do tratamento dos transtornos psiquiátricos que ocorrem na gravidez, já que quadros depressivos não tratados aumentam o risco de automedicação, tabagismo, alcoolismo e suicídio, além de prejudicar o vínculo mãe-bebê.
Benefícios do Tratamento
Os benefícios do tratamento psiquiátrico incluem uma menor exposição a fatores de risco como desnutrição e dificuldades no pré-natal, além de um maior vínculo entre mãe e bebê. Mulheres com transtornos mentais graves que desejam engravidar não devem interromper o uso de medicação sem avaliação médica.
Dicas para Mulheres com Transtornos Mentais Leves
Em mulheres que sofrem de transtornos mentais mais leves, a medicação pode ser diminuída gradualmente, o que reduz o risco de efeitos rebote. A cessação abrupta da medicação pode resultar em uma alta taxa de recorrência (50% em duas semanas).
Recomendações para Mulheres Grávidas com Transtornos Mentais
- Não interromper a medicação sem orientação médica
- Diminuição gradual de doses, se necessário
- Acompanhamento constante durante o pré-natal
💊 O tratamento adequado durante a gravidez é fundamental para garantir a saúde mental da mãe e o bem-estar do bebê.
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