📜 A Escravidão e o Fim do Império Brasileiro

"A expansão do império sempre esteve ligada à exploração dos escravos. Abolida a escravidão, acabou também o império escravocrata."
No século XIX, a 🏭 Revolução Industrial sacudiu e modernizou a Europa. A força muscular dos homens e dos animais foi substituída pela força das máquinas e das novas fontes de energia. No Brasil, entretanto, a elite atrasada fechava olhos e ouvidos à modernidade. Achavam mais fácil continuar explorando a força de trabalho dos negros escravizados. Por isso, lutaram e conseguiram prolongar ao máximo a escravidão. Graças a essa elite, ficamos com a "glória" de ser o último país do mundo a acabar com o regime escravista.
O fim da escravidão não coincidiu por acaso com o fim do império. Com 67 anos de existência, a monarquia chegou ao fim abandonada pelos fazendeiros escravocratas, pelos padres e pelos militares. Veio, então, a república.
📜 A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
A pressão político-militar da Inglaterra associada à pressão de políticos progressistas brasileiros determinaram que fosse promulgada, em 4 de setembro de 1850, a Lei Eusébio de Queirós. Essa lei proibia o tráfico negreiro e autorizava a expulsão dos traficantes do país.
Após a extinção do tráfico negreiro (1850), cresceu no país a campanha abolicionista, que foi um movimento público pela libertação dos escravos. A abolição conquistou o apoio de vários setores da sociedade brasileira: parlamentares, imprensa, militares, artistas e intelectuais. Mas os defensores da escravidão ainda conseguiram sustentá-la por bom tempo. No Brasil, o sistema escravista foi sendo extinto lentamente, de maneira a não prejudicar os proprietários de escravos. Vejamos as principais leis publicadas nesse sentido:
📜 Lei do Ventre Livre (1871)
Declarava livres todos os filhos de escravos nascidos no Brasil. Assim, libertávamos também os donos de escravos da onerosa obrigação de alimentar os filhos de escravos, que seriam "livres".
📜 Lei dos Sexagenários (1885)
Declarava livres os escravos com mais de 65 anos. O que significava libertar os donos de escravos da inútil obrigação de sustentar alguns raros negros velhos que conseguiram sobreviver à brutal exploração de seu trabalho.
Com leis desse tipo, que não resolviam o problema da escravidão, os proprietários de escravos conseguiram ganhar tempo e adiar, ao máximo, a abolição final. Somente em 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea promulgada pela princesa Isabel, a escravidão foi extinta no Brasil.

📊 Dados do Tráfico Negreiro
ANOS | TOTAL DE ESCRAVOS IMPORTADOS |
---|---|
1836-1840 | 240.600 |
1841-1845 | 120.900 |
1846-1850 | 257.500 |
Depois da Lei Eusébio de Queirós (4/9/1850) | |
1851-1855* | 6.100 |
* Não foi registrado nenhum desembarque entre 1853 e 1855
Fonte: HERBERT KLEIN. Apud: Estatísticas históricas do Brasil. IBGE, 1987
⚖️ O Legado da Escravidão
As estatísticas atuais mostram os graves problemas sofridos pelo negro na sociedade brasileira. São eles os mais atingidos pelo problema da miséria, da fome, da falta de moradia, do desamparo à educação e da falta de assistência à saúde. São eles os que trabalham nas profissões mais humildes e ganham os piores salários.
Contra o negro ainda existe forte preconceito racial, que pode ser verificado nas piadas racistas, nos papéis que lhe reservam certos programas de televisão e filmes, nas frases racistas como: "não faça serviço de preto", "só servem pra samba e futebol", "é gente perigosa", "só trabalham na base do chicote" etc.
Por tudo isso, a verdadeira libertação do negro é tarefa gigantesca que permanece como algo vivo e inacabado.
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