Neurose e Estados-Limite

Neurose e Estados-Limite na PsicanĆ”lise šŸ’­

šŸ” A ExtensĆ£o do Modelo da Neurose e Estados-Limite

Antigamente, a neurose era considerada o domínio do irracional, mas hoje entendemos que ela estÔ imersa em uma coerência tripla: neurose infantil, psiconeurose de transferência e neurose de transferência. A anÔlise da transferência domina o processo, e ao suspender resistências, os conflitos se desatam quase que naturalmente.

"A anÔlise da contratransferência pode se limitar à identificação dos elementos conflituais presentes no analista, desfavorÔveis ao desenvolvimento da transferência."

🧠 O modelo implícito da neurose de Freud, antes associado à perversão, agora estÔ mais fundado na psicose. Psicanalistas estão mais atentos aos mecanismos de defesa psicóticos do que às fantasias perversas.
šŸŒ€ A Transição para os Estados-Limite

O foco da psicanĆ”lise contemporĆ¢nea se desloca para os **estados-limite**. Em vez de uma clĆ­nica rĆ­gida, esses quadros revelam uma **falta de estruturação e organização**, tanto com relação Ć s neuroses quanto Ć s psicoses. Ɖ um conceito clĆ­nico que abrange uma multiplicidade de aspectos e exige uma anĆ”lise mais indutiva do que dedutiva.

"Estes pacientes mostram uma grande sensibilidade em relação Ć  perda de objetos e tambĆ©m uma capacidade de recuperação objetal por um objeto substitutivo frĆ”gil e perigoso." šŸŒ€

šŸ’„ A regressĆ£o fusional e a dependĆŖncia do objeto sĆ£o caracterĆ­sticas comuns. A intensidade desses quadros varia de estados de beatitude a terror, com a necessidade da integração do objeto no processo analĆ­tico.
🧩 Mecanismos de Defesa nos Estados-Limite

Entre os dois extremos dos estados-limite, encontramos uma sƩrie de **mecanismos de defesa** que, muitas vezes, funcionam como estratƩgias de curto-circuito psƭquico. Estes mecanismos incluem:

  • **ExclusĆ£o somĆ”tica**: O conflito psĆ­quico Ć© dissociado, sendo deslocado para o corpo.
  • šŸ”„ **ExpulsĆ£o pelo ato**: O acting out, onde o paciente tenta transformar sua realidade psĆ­quica em uma ação externa.
  • 🧠 **Clivagem**: Uma defesa psĆ­quica onde o sujeito mantĆ©m uma zona secreta de nĆ£o contato, ocultando partes do self.
  • šŸ’” **Desinvestimento**: Um mecanismo de depressĆ£o primĆ”ria, no qual o paciente busca um estado de vazio.
šŸ› ️ Estes mecanismos tĆŖm efeitos profundos sobre a percepção da realidade do paciente e do analista. Em muitos casos, o analista se vĆŖ confrontado com a dificuldade de acessar o nĆŗcleo psĆ­quico do paciente.
šŸ”— O Papel do Objeto e a Autenticidade do Engajamento

Em estados-limite, a relação entre o paciente e o objeto (o analista) é fundamental. A autenticidade do engajamento é uma questão central, onde o analista pode se sentir paralisado ou frustrado por uma transferência não desenvolvida.

"Quando finalmente temos acesso ao nĆŗcleo psicótico, encontramos aquilo que Ć© preciso nomear de loucura privada do paciente." šŸ‘️

⚖️ A capacidade de recuperação e reinvestimento objetal Ć© frequentemente desafiada, mostrando uma alternĆ¢ncia entre ligação e desligamento no funcionamento mental do paciente.

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